domingo, novembro 9

Domingo 32º do Tempo Comum (Dedicação da Basílica de Latrão)

Alterações climáticas pedem actuação ética

Bispos da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia pedem actuação de católicos e políticos

Os bispos da COMECE - Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia apelam aos cristãos e às Igrejas que sejam exemplo na mudança de estilo de vida para combater as alterações climáticas.
É este o principal apelo dado a conhecer, esta tarde, na apresentação do documento «Uma visão Cristã das Alterações Climáticas», da responsabilidade do grupo de especialistas constituído pela COMECE e partilhado pelo Comissário da União Europeia.
O documento sublinha que o enorme desafio do clima é “dirigido a toda a humanidade” e lança um apelo a todos os líderes europeus para “basearem as suas políticas num pensamento ético, na justiça inter-geracional e na solidariedade para com os países do Sul”. Os especialistas apelam ainda às Igrejas e aos cristãos para serem exemplo na adopção de um estilo de vida baseado na moderação.
“A luta contra as alterações climáticas deve ser reconhecida, acima de tudo, como um problema público e ético”. Os especialistas entendem que será difícil a sua resolução sem desafiar “determinados organismos sociais, sem questionar formas de vida comum e o sistema de valores da sociedade civil”.
De forma a convencer os cidadãos que, fundamentalmente, têm de mudar a sua forma de vida e de pensar, “os líderes políticos deveriam desencadear uma profunda reflexão e debate ético”. Segundo o relatório, a reflexão deveria ser baseada na teologia cristã, que “tem vindo a desenvolver interessantes ideias sobre esta matéria”.
“Acima de tudo, os valores e princípios do ensino social da Igreja, justiça global, atenção aos pobres, subsidariedade, solidariedade e responsabilidade para o bem comum, poderia permitir uma avaliação sobre as políticas climáticas”, explicam os especialistas.
Os autores do estudo dão especial ênfase no facto de as alterações climáticas serem uma questão de “justiça intra e inter-geracional”. Consequentemente, os especialistas pedem à UE que assuma a liderança e que faça ouvir a sua voz em benefício dos países em vias de desenvolvimento e das gerações futuras que irão suportar ou já suportam o peso das alterações climáticas.
“A UE tem uma responsabilidade especial no combate às alterações climáticas, devido aos meios tecnológicos, financeiros e devido à experiência na acção cooperativa. A EU deveria ser exemplo e convencer os actores para a necessidade de proteger o clima na Terra”.
O documento aponta ainda que as alterações climáticas são sintoma de “uma forma de vida insustentável, produção e padrões de consumo que envolvem o mundo industrializado mas que não sustentam o futuro”. Os especialistas pedem a todos os cidadãos que questionem a sua forma de vida, demasiado dependente em bens materiais, e que baseiam a sua vida em bens culturais e relacionais.
“O nosso modo de vida deveria ser baseado numa «moderação voluntária», uma virtude central que deveria ser compreendida como um desejo, e não compreendida à luz da ambição”.
Segundo o documento, “a Igreja Católica e todos os cristãos estão melhor posicionados para veicular mudanças nos modos de vida, através de propostas concretas e modestos exemplos”.
Como forma de contribuir para o debate sobre alterações climáticas, a COMECE decidiu, oficialmente, estabelecer um grupo de trabalho sobre «Políticas da UE sobre alterações climáticas e o modo de vida cristão». O grupo, constituído por 10 personalidades europeias dos campos da política e ciência, irá submeter o seu relatório à COMECE por ocasião da Assembleia Plenária, marcada para 12 de Novembro.
(in: http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=65708&seccaoid=4&tipoid=53)


DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO
9 de Novembro

O palácio de Latrão, propriedade da família imperial, tornou-se no século IV, habitação particular do papa. A Basílica adjacente, construída pelo imperador Constantino e dedicada, em 320, ao Divino Salvador, foi a primeira catedral do mundo: aí se celebravam os baptismos na noite de Páscoa. Mais tarde dedicada também aos dois santos João, Baptista e Evangelista, foi por muito tempo considerada a Igreja mãe da Diocese de Roma, e nela se realizaram as sessões de cinco grandes Concílios ecuménicos.
A Basílica de S. João de Latrão é a Catedral do Papa como Bispo de Roma - aí preside o Papa à Celebração da Eucaristia em Quinta Feira Santa.
Segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra-se no dia 9 de Novembro o aniversário da Dedicação (ou Consagração) da Basílica de Latrão. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de rito romano, com o fim de honrar a Basílica que é chamada «a Igreja mãe de todas as Igrejas da Urbe [Cidade (de Roma)] e do Orbe (Mundo)» e como sinal de unidade com o Bispo da Diocese de Roma que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia (†107), «preside à assembleia universal da caridade».
Unindo-se no dia 9 de Novembro, à Diocese de Roma, as Dioceses de todo o mundo lhe reconhecem a «presidência da caridade». Analogamente sucede na festa da Dedicação da Igreja Catedral de cada Diocese, à qual estão “ligadas” todas as paróquias e comunidades que dela dependem (na Diocese de Coimbra o aniversário da Dedicação da Igreja Catedral que é a Sé Nova é no dia 16 de Novembro).


Sobre este tema, o Samelo mandou-nos mais duas reflexões, que podem ser vistas aqui e aqui.

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