domingo, junho 10

10º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Em cada domingo do Tempo Comum somos convidados(as) a celebrar uma dimensão da Igreja da Tri-Unidade, que somos.

Neste 10º domingo:

Refrão
Eu voltarei a cantar
O amor e a esperança
Eu voltarei a cantar
Os caminhos para a paz

1. Quando os frios chegarem
As flores morrerão
Mas com a Primavera
De novo renascerão
Talvez me vejas chorar
Quando um amigo parte
A morte leva-me os meus
Mas eu sei que voltarão (Refrão)

2. Talvez me vejas morrer
Talvez me vejas partir
Não chores se és amigo
Voltar-me-ás a encontrar
Não sei onde nem quando
Mas será num lugar
Onde não haja grades
E onde possa cantar (Refrão)

Somos testemunhas da esperança, porque Jesus é o Senhor da Vida
Diante de uma morte inexplicável ou de uma desgraça, ainda hoje, muitos falam de "castigos de Deus" e acham que Deus manda doenças para punir os pecados (1ª leitura). Quem se comporta assim não tem fé no Deus da Vida. Deus é bom e quer a vida e a felicidade de todose todas: nunca castiga ninguém!
A vida que o cristianismo propõe é só uma - a morte é um “berço” onde desabrocha mais vida, a vida plena.

Jesus, Senhor da Vida
Quando, no versículo 22 do mesmo capítulo 7, Jesus disser, para definir a sua identidade: “os mortos ressuscitam”, enunciará um facto já acontecido. Esta esperança messiânica baseava-se em Is 61, 1; 55, 5-6; 26, 19. Neste contexto, o judaísmo previa - para o fim dos tempos e a inauguração da era messiânica, em que o Messias curaria todos os sofrimentos e deficiências humanas - uma ressurreição geral dos filhos de Israel mortos anteriormente, e esperava que Elias voltasse à terra para presidir à inauguração desses tempos.
Mas o milagre que Jesus faz de reanimar um cadáver, embora revele o domínio sobre a morte, não é senão um sinal: é apenas uma vitória momentânea, não definitiva. A libertação total da morte e de todo mal e, portanto, a “salvação definitiva da vida” só acontece na “ressurreição de Jesus”.
A ressurreição de Jesus não é uma reanimação dum cadáver, mas uma “animação” nova, gloriosa, diferente daquela da encarnação. É a entrada de Cristo numa condição de existência. A ressurreição de Jesus é o acto divino por meio do qual Deus nos salva hoje e à humanidade inteira na nossa existência humana. A salvação não está, pois, na pessoa humana ou na humanidade inteira, nem no seu desenvolvimento progressivo, ainda que prolongado até ao infinito.
É necessária uma “passagem”, uma intervenção divina absolutamente nova; a passagem da pessoa humana para e em Deus, isto é, a páscoa de Cristo, que o Pai realiza no seu Filho feito carne. Passagem da pessoa humana para e em Deus, que abarca a pessoa toda, a história e o universo. No evangelho, Lucas, iluminando com luz pascal a narrativa do milagre, diz: “O Senhor teve compaixão dela”. Descreve um grande acontecimento humano: o encontro da morte e da Vida. Nos caminhos da cidade de Naim dois cortejos se encontram: Jesus compadece-se da mãe viúva (que representa toda a humanidade abatida e desesperada), interrompe a caminhada para a morte e diz à mãe: «não chores» e ao filho: «levanta-te!»
O pranto torna-se um canto de alegria e todos glorificam o Senhor, exclamando: «Um grande profeta surgiu entre nós e Deus VISITOU o seu povo». A grande novidade não foi adiar a morte por alguns anos, mas o que o facto encerra: a morte foi vencida... Jesus é o SENHOR DA VIDA. Ele não abandona a pessoa humana nas garras da morte, mas ressuscita-a a fim de que viva para sempre: «A glória de Deus é o homem vivente» [SANTO IRENEU (135/140-204)].

Testemunhas da Esperança
Em Cristo Jesus, o futuro já é presente. Contemplando o mundo, esse teatro imenso onde se desenrola a acção maravilhosa da pessoa humana, temos alternadamente a sensação de um gigantesco e assustador vazio ou de uma realidade absoluta e consoladora. Depende de como o encaramos; se olharmos com os olhos da fé na ressurreição, isto é, da fé em que o mundo e a história estão salvos para sempre do esvaziamento do não-ser, permanecemos confiantes, porque a nossa história é, no tempo, a história da morte e ressurreição de Jesus. A humanidade tem diante de si não o nada sem fim, mas a vida plena sem fim. Cristo ressuscitado é o futuro da pessoa humana.
Por isso, no teatro deste mundo seremos testemunhas da esperança, porque testemunhas do Senhor da Vida, quando quotidianamente:

• acontecer ressurreição na família, na escola, no trabalho e na coragem das decisões;
• os critérios das bem-aventuranças e do sermão da montanha (cf Mt 5─7) predominarem sobre os da corrupção e da mentira;
• o coração das pessoas e simultaneamente as estruturas se forem transformando (ainda que lentamente!);
• a Palavra, a Eucaristia e o Perdão criarem uma pessoa nova.

Não é o mundo que precisa de cura! É a pessoa!

Refrão
Nós cremos, Senhor,
que Tu nos dá a mão
cada instante, cada dia;
Nós cremos, Senhor,
que temos Teu amor
a viver dentro de nós!
Nós cremos, Senhor,
que a terra vai p’ra Ti,
cada instante, cada dia;
Nós cremos, Senhor,
que vives entre nós
no amor que nos uniu!

1. Quando caem as fronteiras
E se calam os canhões;
Quando a espr’ança florescer
Nós sabemos que Tu vens!
Quando p’ra findar a guerra
Nem vencidos nem vencedores;
Quando a paz vem do amor
Nós sabemos que Tu vens!

2. Quando não há mais impérios
Nem separações raciais;
Quando se pode escolher
Nós sabemos que Tu vens!
Quando o pão chega p’ra todos,
A escola e a habitação;
Quando os pobres são promovidos
Nós sabemos que Tu vens!

3. Quando o salário é justo
E há trabalho p’ra cada lar;
Quando o lucro é dividido
Nós sabemos que Tu vens!
Quando dispensada a esmola,
A justiça triunfar
Verdadeira caridade
Nós sabemos que Tu vens!

4. Quando há chefes responsáveis
E seu lema é só servir
E há p’ra todos liberdade
Nós sabemos que Tu vens!
Se o cristão se compromete
Este mundo transformar;
Quando a Igreja tem coragem
Nós sabemos que Tu vens!

António Samelo

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