Do meu pai, Laurindo, que teve a sua páscoa há 33 anos, recebi o desafio de, como padre, ser uma pessoa pública, sobre quem todos têm uma opinião, positiva ou negativa.
Da minha mãe, Isaltina, que tem a sua páscoa hoje, recebi 3 desafios:
– O primeiro: a paciência da esperança;
– O segundo: o de viver a existência cristã como meio de realização e felicidade — várias vezes me dizia: «filho, estás à vontade: vale mais ser um bom cristão, do que um mau padre!»;
– O terceiro: o de compreender que na Igreja da Santíssima Trindade a minha identidade de padre é relacional: sem deixar de ensinar, tenho muito que aprender; sem deixar de governar, tenho que pôr cada vez mais em prática estruturas de decisão com os outros cristãos; sem deixar de presidir à vida litúrgica, já não sou o único animador.
É que na Igreja da Santíssima Trindade todos os seus membros são irmãos iguais em dignidade, diferentes nas funções e solidários na responsabilidade.
Este terceiro desafio deu-me a minha mãe porque foi militante da Acção Católica Rural, nos tempos do saudoso Pe Saúde.
Pelo dom dos meus pais, Louvado seja Deus!
Têmpera sobre madeira, 106 x 76 cm, Szépmüvérzeti Museum,
Budapeste, Hungria.
1 comentário:
Lindíssima elegia da Páscoa.
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