sexta-feira, abril 21

A paciência da Esperança

Palavras do Samelo, na Celebração da páscoa da sua Mãe Isaltina

Do meu pai, Laurindo, que teve a sua páscoa há 33 anos, recebi o desafio de, como padre, ser uma pessoa pública, sobre quem todos têm uma opinião, positiva ou negativa.
Da minha mãe, Isaltina, que tem a sua páscoa hoje, recebi 3 desafios:
– O primeiro: a paciência da esperança;
– O segundo: o de viver a existência cristã como meio de realização e felicidade — várias vezes me dizia: «filho, estás à vontade: vale mais ser um bom cristão, do que um mau padre!»;
– O terceiro: o de compreender que na Igreja da Santíssima Trindade a minha identidade de padre é relacional: sem deixar de ensinar, tenho muito que aprender; sem deixar de governar, tenho que pôr cada vez mais em prática estruturas de decisão com os outros cristãos; sem deixar de presidir à vida litúrgica, já não sou o único animador.
É que na Igreja da Santíssima Trindade todos os seus membros são irmãos iguais em dignidade, diferentes nas funções e solidários na responsabilidade.
Este terceiro desafio deu-me a minha mãe porque foi militante da Acção Católica Rural, nos tempos do saudoso Pe Saúde.
Pelo dom dos meus pais, Louvado seja Deus!


Álvaro Pires de Évora, Cristo Ressuscitado, c. 1430,
Têmpera sobre madeira, 106 x 76 cm, Szépmüvérzeti Museum,
Budapeste, Hungria.

1 comentário:

Miguel Marujo disse...

Lindíssima elegia da Páscoa.