quinta-feira, julho 18

José Dias da Silva (1942-2013): quando o Acolhimento se revela num sorriso rasgado no olhar

Tomo a liberdade de usar as palavras do Zé Carlos Patrício como tendo sido escritas e rezadas, também, em nome de todas e todos nós, Comunidade de Acolhimento Cristão João XXIII.


"Para o Zé










Não são de tristeza...



Não são de tristeza as minhas horas
mas de paz como um lago amanhecendo.

E quando a dor espreita nestas horas
ela  vem mansinha, quase envergonhada.

Porque um amigo assim nunca morre, nunca parte,
apenas se muda de lugar,
para que, mais fundo, a minha vista veja.

Não são de amargura as minhas horas,
porque semeada está a minha terra
com o seu amor que é eterno,
com o seu exemplo que perdura.

Fez, para mim, a cara alegre de quem anima.
Fez, para mim, a cara dura de quem emenda.

Estivemos, ombro a ombro, no mesmo altar
buscando o mesmo Deus de maravilha
e abraçámos, juntos, as incertezas do caminho
e bebemos, a meias, a doçura do Divino.

Não são de perdição as minhas horas
porque deu ao coração boas certezas.

Ele foi à frente amando a criatura
e eu, apenas, poisando os pés nas suas marcas.

Semeou a coerência como quem respira
e foi luz e sol no nosso caminhar.

Até na dor ele se foi transfigurando
fazendo da doença uma oração.

Não são de ausência as minhas horas
pois me olhas com bondade renovada,
agora pelo colo de Jesus que tanto amas.

Zé Carlos Patrício
15 de Julho de 2013"





"José Dias da Silva (1942-2013): Um porteiro do Reino de Deus"
é ainda o título de um texto que António Marujo publicou no Religionline e que pode ser lido aqui


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