segunda-feira, maio 21

Acção de Graças

Foi-nos pedido que preparássemos o momento de Acção de Graças para a Eucaristia de hoje! Quisemos fazê-lo dando conta das coisas boas que se passaram ao longo desta semana, desde o mais particular, ao global. Se quiserem, o glocal!...
Recolhemos, então, alguns testemunhos, notícias,... e oferecemo-los como oração.
Rute Soares e João Marujo

Uma semana de coisas boas (porque nem só de "desgraças" vivem as notícias!)...

2ª feira, 14 de Maio
Saber bem
As notícias que pingam, as decisões que se tomam, a pressão do fecho, uma equipa que arrisca sê-lo, sem recusas como as que conheci. Não eram apenas saudades.”
Miguel Marujo [no dia em que recomeçou a trabalhar, depois de 9 meses de desemprego], http://cibertulia.blogspot.com/

Um gás com dupla personalidade
Chama-se ao monóxido de carbono "o assassino silencioso", porque é um gás sem cor nem cheiro mas altamente tóxico. A capacidade de asfixiar quem o respira granjeou-lhe a classificação como poluente atmosférico. Mas o monóxido de carbono tem uma dupla personalidade: desempenha também um papel importante em vários
processos biológicos. Tem propriedades anti-inflamatórias, anti-oxidantes e vasodilatadoras que estão a chamar a atenção dos cientistas por causa do seu potencial uso terapêutico. […]
A equipa de Miguel Soares, do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), estuda a actividade terapêutica do monóxido de carbono nos processos inflamatórios, e em particular no papel da enzima hemoxigenase 1 (HO1). "Esta enzima degrada o heme, uma molécula da hemoglobina dos glóbulos vermelhos, que contém ferro e participa no transporte do oxigénio para os tecidos", explica um comunicado do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, ao qual pertence Maria Mota, a outra coordenadora do trabalho. A sua equipa concentra-se na forma como a malária, causada por um parasita unicelular do género Plasmodium, escapa às defesas do sistema imunitário, desencadeando uma doença que pode levar à morte - e que não gera imunidade, pode sofrer-se de malária várias vezes.”
Clara Barata, Público

3ª feira, 15 de Maio
Doutoramentos – Aveiro, Minho e Porto juntam-se
Trata-se uma parceria inédita no país. Os reitores das universidades de Aveiro, Minho e Porto apresentam na próxima quinta-feira os primeiros programas conjuntos de doutoramento. Os protocolos abrangem as áreas de Informática, Telecomuunicações, Ciências do Mar e Ambiente e Geociência (estes dois últimos doutoramentos envolvem apenas as universidades de Aveiro e Porto). Os quatro programas doutorais deverão arrancar já no próximo lectivo e serão ministrados, alternadamente, nos campus envolvidos.”
Público

Cimeira do G8 – Bono quer África na agenda
Bono esteve na Alemanha a pressionar para que o encontro do G8 no próximo mês seja aproveitado para conseguir mais ajuda para África. […] A chanceler alemã garantiu a Bono que África será um dos temas importantes no encontro entre os sete países mais industrializados e a Rússia. Bono lembrou ontem que reuniões anteriores do G8 tiveram grande importância para questões africanas, como o perdão de grande parte das dívidas do ano passado. […]”
Público

4ª feira, 16 de Maio
a pomba de deus
Na Irlanda do Norte, mais de 3500 pessoas morreram numa guerra sem quartel entre as comunidades católica e protestante nos finais do século XX. Agora parece chegado o tempo de ensaiar a paz. Não foi Deus que segurou o braço da espada, de nenhum dos lados da guerra. Mas pode Deus ser o alicerce mais fundo desta paz a construir-se. Aos crentes cabe louvar o Deus da paz e repudiar a apropriação de Deus pelos que fazem a guerra. Na Irlanda, como em todo o mundo.”
Manuel Marques, http://palombellarossa.blogspot.com/

Coimbra põe documentos dos últimos 550 anos na Internet
O Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC) anunciou a disponibilização pública, em meados de 2008 e através da Internet, de mais de um milhão de registos de nascimentos ou casamentos, entre outros documentos dos últimos 550 anos.
"O projecto é, todo ele, gigantesco. São mais de um milhão de documentos e 570 mil imagens, livros que perfazem 75 metros lineares", disse à agência Lusa Maria José Santos, directora do Arquivo da Universidade de Coimbra.
Entre os documentos a digitalizar e disponibilizar na Internet contam-se 13 mil livros paroquiais respeitantes a nascimentos, casamentos e óbitos no distrito de Coimbra, desde 1459 (século XV) até à actualidade.
Cerca de 21 mil fichas de registos notariais - escrituras de compra e venda de propriedades, testamentos ou doações -, do mesmo período, integram igualmente o projecto.
"Estamos a falar de informação do mais alto valor histórico, genealógico e demográfico. Trata-se de levar o conhecimento destas fontes históricas ao maior número de pessoas em todo o mundo, 24 horas por dia", frisou a responsável do AUC. […]”
Público

5ª feira, 17 de Maio
Coimbra comemora Dia Europeu dos Vizinhos
A iniciativa nasceu em França em 2000 e promove a fraternidade e o entendimento

Coimbra promove no dia 29 o Dia Europeu dos Vizinhos, com a realização de convívios em 32 locais da cidade, organizados por associações, cooperativas, grupos de moradores, restaurantes e diversas instituições.
"Trata-se de uma iniciativa cívica, de promoção da fraternidade e do entendimento entre pessoas e de combate a situações de isolamento e solidão, em que as pessoas são sujeitos organizadores", explicou […] Jorge Gouveia Monteiro, responsável pelo pelouro da acção social. […]
No âmbito do evento, são as associações, cooperativas, grupos de moradores, restaurantes e instituições a organizarem as actividades de convívio nas ruas, praças, bairros e freguesias da cidade, que incluem espectáculos musicais, merendas e peças de teatro.
O papel da autarquia passa pela promoção, divulgação, apoios ao nível de animação cultural. […]”
Público

CHILE – Governo receberá a Agenda de Direitos Humanos do Bicentenário
Hoje (17) e amanhã (18), organizações, movimentos, agrupamentos e indivíduos encabeçados pela Anistia Internacional farão a entrega do documento de síntese da Agenda de Direitos Humanos do Bicentenário ao Ministro da Defesa Nacional, o Sr. José Goñi Carrasco, e à Ministra do Planejamento e Cooperação, a Sra. Clarisa Hardy.
Em 2010, o Chile celebrará 200 anos de vida republicana, motivo pelo qual foram geradas diversas ações para comemorar a data. Muitas delas estão baseadas na meta de marcar um avanço no desenvolvimento do Chile, incluindo o tema dos Direitos Humanos.
Depois de 18 anos, desde o início da recuperação democrática, já não há motivos para mais demoras e é necessário mobilizar novas iniciativas na promoção e proteção ampla dos Direitos Humanos. […]”
Adital, http://www.adital.com.br/site/conteudo.asp?lang=PT&ref=visita/

6ª feira, 18 de Maio
Investigadoras portuguesas esclarecem mistério biológico com mais de um século
Quase todas as células humanas têm uma espécie de torre de controlo, como nos aeroportos. Pouco antes de se dividirem, têm de fazer uma segunda torre de controlo para a nova célula. Até agora, pensava-se que a torre velha tinha de servir de molde para a nova. A equipa de Mónica Bettencourt Dias, do Instituto Gulbenkian de Ciências, em Oeiras, descobriu que, afinal, essa construção se faz a partir do nada - um avanço científico publicado hoje na revista Science, que pode dar pistas sobre o cancro e a infertilidade masculina.
As torres de controlo das células, a metáfora de Mónica Bettencourt Dias para designar os centrossomas, foram descobertas no século XIX. Alexander Fleming, o descobridor da penicilina, foi o primeiro a ver estas estruturas minúsculas da célula - ao microscópio, porque têm cerca de 0,5 mícrons (a espessura de um cabelo humano é entre 50 e 100 mícrons). Mas foi o biólogo alemão Theodor Boveri quem percebeu, em 1888, o papel destas estruturas. Considerou-as o órgão especial da divisão das células e levantou a hipótese de que podiam estar envolvidas no cancro, que se caracteriza por uma multiplicação anormal das células.
De facto, os centrossomas regulam a divisão das células. Nessa altura, as células têm de criar tudo em duplicado (embora se descobrisse, em 2001, que certas células se dividem sem precisar de centrossomas). Depois, é como se entre os dois centrossomas (um para cada célula filha) existisse uma corda e cada um puxasse para seu lado os cromossomas.
Os centrossomas também são cruciais para a forma que a célula irá ter: "É uma estrutura muito importante para formar o esqueleto celular, seja a cauda de um espermatozóide ou a estrutura de qualquer uma das nossas células, que é regulada pelos centrossomas", explica Mónica Bettencourt Dias.
A equipa da investigadora portuguesa encontrou a resposta para a pergunta que anda na cabeça dos biólogos desde o século XIX: como é que se forma o centrossoma? "Pensava-se que esta estrutura, que já estava na célula, servia de molde para o novo centrossoma. Mas não é assim", diz Mónica Bettencourt Dias. "Basta ter as "plantas" da torre de controlo. Não é preciso ter um molde, por isso esta estrutura é mais fácil de se formar do que se pensava."
A "planta" de construção a que a investigadora se refere é uma molécula, a proteína SAK. E a prova de que ela permite efectivamente a formação dos centrossomas de raiz está nas experiências efectuadas pela equipa em ovócitos de moscas-do-vinagre […]”
Teresa Firmino, Público

“mestiçagens
Vi os indígenas Maias a serem acolhidos nas suas preces e oferendas em templos católicos na Guatemala. E pensei que ser católico é sempre abrir-se à multiplicidade de registos culturais que a fé encarna. O diálogo da fé com as culturas tem que ser de grande abertura e humildade, sem a arrogância de querer disciplinar a torrente da vida. Ser crente é muito mais do que defender um qualquer código cultural. Uma fé aprisionada pelo pó acumulado de visões culturais é ela própria um cárcere.”
Manuel Marques, http://palombellarossa.blogspot.com/

A Gigi libertou-se de uma sociedade que a "amarrou" e lhe prejudicou a saúde e a vida profissional durante anos.

Sábado, 19 de Maio
Sobe e desce – D. Manuel Clemente
Não podiam ser mais certeiras e oportunas as considerações deixadas esta semana pela nota pastoral do novo bispo do Porto. Recordando a visita de João Paulo II à cidade, o prelado aproveitou para chamar a atenção para o reconhecimento da dignidade de quem trabalha, lembrando que nestes 25 anos pouco se alterou nas difíceis condições que enfrenta a população nesta área. Do desemprego às poucas qualificações, D. Manuel Clemente conclui que são poucas as boas notícias. Já se sabia, mas nem todos têm coragem de o assinalar.”
Público

Lei da nacionalidade fez 320 novos portugueses nos primeiros cinco meses
É a primeira vez que terão tratamento "VIP": 320 ex-imigrantes foram convidados, pelo Governo português, a estar amanhã no Mosteiro dos Jerónimos para receber com pompa e circunstância um certificado de nacionalidade, uma bandeira nacional e uma Constituição da República. Eles são os primeiros beneficiários da nova lei da nacionalidade, que entrou em vigor a 15 de Dezembro passado.
A "cerimónia da nacionalidade portuguesa" será presidida pelo primeiro-ministro, José Sócrates, que elegeu a imigração como um dos temas fortes da presidência portuguesa da União Europeia. […]
Um dos requisitos exigidos pela nova lei aos estrangeiros que não tenham nascido em Portugal é a prova do conhecimento da língua, o que tem sido feito, na maioria dos casos, por via de exames […]. Realizaram-se já três rondas a que compareceram cerca de cinco mil imigrantes, dos quais mais de quatro mil obtiveram nota positiva. Para hoje está marcada mais uma prova [em que] estão inscritos […] 2744 imigrantes.
A nova lei permite a aquisição da nacionalidade aos estrangeiros que residam legalmente em Portugal há seis anos - antes, o período mínimo era de dez anos - e demonstrem conhecimento da língua. Também podem adquirir a nacionalidade os estrangeiros que estejam casados ou vivam em união de facto com um português há três anos. O diploma permite ainda a atribuição da nacionalidade aos cidadãos nascidos em Portugal, que sejam filhos de estrangeiros também nascidos no país ou que tenham pelo menos um dos pais residente há mais de cinco anos.
Clara Viana, Público

O Raimundo chegou da sua comprida viagem.

Domingo, 20 de Maio
Museus Novas enchentes portuguesas em dia de comemoração
Nos últimos três anos, o Dia Internacional dos Museus tornou-se numa verdadeira instituição em Portugal. Com entrada gratuita, ontem, museus de todo o país encheram-se de actividades para públicos de todos os tipos, mas sobretudo as famílias. De simples visitas guiadas às exposições em curso a piqueniques, ateliers, concertos e peças de teatro, milhares de pessoas puderam usufruir de espaços que frequentam pouco durante o resto do ano. Em Lisboa, e apenas até às 18h, o Museu Nacional de Arqueologia, que tinha visitas guiadas às suas mostras e acervos, já tinha registado cerca de 3,3 mil entradas. Muita gente, uma verdadeira enchente, para um espaço que no sábado de um fim-de-semana normal faz à volta de 500 entradas. É mais do triplo dos visitantes que o museu faz nos melhores do seu melhor dia, o domingo, quando recebe pouco mais de mil visitantes. Até à 1h da madrugada deste domingo, hora a que as portas do museu fecharam, eram esperadas bastantes mais pessoas. No Chiado, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, que a partir das 18h tinha visitas guiadas de meia em meia hora à exposição dedicada a Columbano Bordalo Pinheiro, o grande pico de público era esperado para depois do jantar - a primeira visita teve 30 pessoas.”
Público

Ramos-Horta, um Presidente à procura da coesão nacional
Paz, pão, educação, independência nacional: alguns dos desafios de Ramos-Horta na chefia do Estado

Quando o prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, de 57 anos, se sentar, hoje, pela primeira vez, na cadeira presidencial, no seu gabinete do Palácio das Cinzas, em Díli, encontrará uma pilha de dossiers qual deles o mais escaldante: desalojados, ex-peticionários, major Reinado, reestruturação das forças de defesa e das polícias, pobreza, desemprego.
Cada um deles está ligado àquilo que personalidades portuguesas, ouvidas pelo PÚBLICO, designam por "coesão nacional", apontando-a como um dos três maiores desafios do seu mandato.
Adelino Gomes, Público

domingo, maio 20

CREDO

Deixamos aqui, também, o Credo que hoje rezámos na Celebração! Para orar e reflectir...


CREDO

Creio na dignidade de todos os seres humanos sem qualquer excepção, centelhas que são da luz divina.

Creio na absoluta necessidade de tolerância política e religiosa para que a vida em sociedade seja possível.

Creio que não é preciso afirmar que se crê para que a Fé exista, porque a Fé não é uma proclamação verbal, tem Fé o que se dedica ao próximo supondo que é ateu, não tem Fé o que bate com a mão no peito, mas fecha os olhos para os dramas humanos.

Creio que a Fé exige o nosso esforço para construir uma sociedade na qual vicejem condições adequadas de vida para todas as pessoas.

Creio na paz e no respeito entre as nações.

Creio no Direito como veículo de convivência entre os diferentes.

Creio que nenhuma religião tem o monopólio da verdade pois Deus sopra a verdade onde quer soprar.

Creio que ressurgiremos das cinzas para usufruir da herança prometida aos que constroem pontes de solidariedade, aos que buscam a valorização das pessoas, aos que se opõem aos preconceitos e discriminações, aos que perdoam, aos que se compadecem, aos que amam.

João Baptista Herkenhoff
Maio 2007

Ascensão do Senhor - Ano C

Mais um dos textos que o Samelo nos tem preparado para apoiar as nossas reflexões!...


O céu é Alguém
Interpretando teologicamente a Ascensão de Jesus, os anjos recomendam os anjos que não se fique a olhar para o céu, mas que se espere e prepare a última vinda do Senhor Jesus. Esta é, até o fim dos tempos, a missão da Igreja, em tensão entre o visível e o invisível, entre a realidade presente e a futura cidade para a qual caminhamos (cf Sacrosanctum Concilium 2).
A fórmula do Credo (Símbolo dos Apóstolos): “Ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita do Pai”, exprime a fé pessoal da Igreja no destino de Jesus de Nazaré. Este homem, com o qual os apóstolos “comeram e beberam” durante sua existência terrena, “tornou-se Senhor” depois de sua morte, porque o Pai o associou definitivamente à sua vida, ao seu poder sobre a humanidade e sobre o mundo. Vivo, depois de sua paixão, está ele presente entre os seus numa nova dimensão, e anda com eles nos caminhos do mundo, para onde os envia como testemunhas da ressurreição: está presente e ausente.
No Novo Testamento a Ascensão de Jesus (bem como o Pentecostes e a Parusia) formam um todo com a Sua ressurreição!
No Evangelho de Lucas a ascensão, embora parecendo separada da ressurreição, não recebe nenhuma precisão cronológica, antes é apresentada como conclusão das aparições terrenas do Ressuscitado e ligada ao início da missão da Igreja (como Mc 16, 15-20).

“Elevação à direita de Deus”
≠ rapto para um império ultra terreno, afastamento do mundo;
= estar junto de Deus, encontrar-se na dimensão de Deus, novo modo de estar próximo de nós.

“Quarenta dias” (Act 1, 3) = “tempo de graça” que indica a plenitude da experiência pascal: o tempo do contacto sensível com Jesus acabou, trata-se agora de O anunciar ao mundo - só compreende verdadeiramente quem é o Ressuscitado aquele que testemunha Cristo ressuscitado com uma vida nova e não aquele que vive na nostalgia do contacto sensível e de novas aparições do céu (cf Act 1, 11). Neste sentido a ascensão não é um novo mistério de Cristo, mas um aspecto do acontecimento pascal: Cristo está “sentado” definitivamente à direita do Pai e a Sua presença no mundo deverá ser anunciada pelo testemunho dos discípulos.

As aparições do Ressuscitado, concluídas com a ascensão (cf Act 1, 3) procuram ajudar os discípulos a compreender o significado do que aconteceu na Páscoa e o que implica para as suas vidas: a fé e o anúncio do Evangelho a toda a humanidade, pois o contacto físico, sensível com Jesus terminou (Act 1, 9 - “nuvem” = na linha das teofanias significa proximidade e simultaneamente inacessibilidade de Deus).

Afirmar que a humanidade, na pessoa do Cristo, já está no céu, significa contestar as imagens espontâneas de um céu “espacial’ (lá em cima, para além das estrelas) e a de uma felicidade eterna que começaria repentinamente, depois desta vida no tempo. Para Jesus, o céu é a participação plena na vida de Deus, de uma pessoa verdadeira, possuindo a mesma matéria e a mesma história de todos nós; uma relação nova entre o Criador e a criatura numa total transparência, livre dos limites e das dificuldades da condição terrena. O céu é Alguém!
É este o fundamento da esperança e da alegria cristãs.
Um céu assim não é simplesmente a “recompensa” de uma vida justa e boa, porque “os sofrimentos do momento presente não são comparáveis com a glória futura que será revelada em nós” (Rm 8,18). Nem é tampouco um narcótico para pessoas passivas e resignadas, um álibi para o compromisso de trabalhar neste mundo pela realização (mesmo que imperfeita) daqueles valores de liberdade, justiça, paz, fraternidade, comunhão, vida, amor, alegria, que constituem a bem-aventurança do pessoa segundo o plano de Deus.
A reflexão conciliar sobre a relação Igreja-mundo expressou-se na Constituição Gaudium et Spes com alguns textos fundamentais, que é bom reler:
“Somos advertidos, com efeito, de que não adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder-se a si mesmo (cf Lc 9, 25). Contudo, a esperança de uma nova terra, longe de atenuar, antes deve estimular a solicitude pelo aperfeiçoamento desta terra. Nela cresce o Corpo da nova família humana que já pode apresentar algum esboço do novo século. Por isso, ainda que o progresso terreno deva ser cuidadosamente distinguido do aumento do Reino de Cristo, contudo é de grande interesse para o Reino de Deus, na medida em que pode contribuir para organizar a sociedade humana” (GS 39; cf também GS 43, 44 e 57).


TU NÃO NOS QUISESTE ABANDONAR

Senhor, para ler os teus sinais
Olhámos em redor, Senhor
Morrias nos jornais
Na cruz do Teu Amor

Refrão
TU NÃO NOS QUISESTE ABANDONAR
CONNOSCO PROMETESTE CAMINHAR (bis)

Senhor, queremos repetir
A tua criação, Senhor
Queremos construir
A paz em comunhão

Refrão

Senhor, é longa a caminhada
Rumo a Jerusalém, Senhor
Sê nosso camarada
Na luta pelo bem

Refrão

António Samelo