Creio por isso confio.
Creio num só Deus, num Deus que é amor, por isso confio que a História caminha para o Bem.
Creio que Deus é Pai, por isso confio nos irmãos que vivem ao meu lado, mesmo naqueles de quem deveria desconfiar.
Creio que Jesus de Nazaré é Cristo, que pela Sua vontade habitou entre nós, por isso confio num Deus que tomou a iniciativa de nos amar primeiro.
Creio que Jesus viveu como nós, de maneira totalmente humana, por isso confio que tudo o que é plenamente humano é bom, porque também Deus o experimentou.
Creio que Jesus viveu pregando o bem e a liberdade plena, por isso confio no testemunho de vida.
Creio que Cristo subverteu a ideia de Deus: foi condenado pelos homens do seu tempo e aceitou morrer na cruz, por isso confio que mais vale perdoar do que vingar-se.
Creio que Jesus ressuscitou ao terceiro dia, por isso confio que não estamos condenados ao nada.
Creio que como o vento, o Espírito Santo sopra onde e quando quer, por isso confio que onde menos esperamos podemos encontrar a verdade e o bem.
Creio na Igreja-Povo de Deus, simultaneamente una e diversa, santa e imperfeita, Católica e apostólica, por isso confio que vale a pena participar na comunidade crente.
Creio num só Deus, num Deus que é amor, por isso confio que mais vale amar.
domingo, junho 19
domingo, junho 12
"Dimensão social da fé"
«Fiéis à Verdade, irmãos e irmãs, continuemos a participação na realeza de Cristo, servindo como Ele, Senhor e Mestre, fez e ensinou. Este é o caminho: cristãos no aconchego da intimidade pessoal; cristãos no interior do lar, como esposos, pais e mães e filhos, em "igreja doméstica"; cristãos na rua, como homens e mulheres situados; cristãos na vida em comunidade, no trabalho, nos encontros profissionais e empresariais, no grupo, no sindicato, no divertimento, no lazer, etc.; cristãos na sociedade, ocupando cargos elevados ou prestando serviços humildes; cristãos na partilha da sorte dos irmãos menos favorecidos; cristãos na participação social e política; enfim, cristãos sempre, na presença e glorificação de Deus, Senhor da vida e da história.»
(João Paulo II, Leigos comprometidos na Igreja e no mundo, Disc. na Sé Catedral de Lisboa, 12 de Maio de 1982)
(João Paulo II, Leigos comprometidos na Igreja e no mundo, Disc. na Sé Catedral de Lisboa, 12 de Maio de 1982)
domingo, junho 5
a bondade é mais forte
Há uma espécie de restrição, de fechamento na culpabilidade e no mal. Eu não subestimo de forma nenhuma este problema. Mas aquilo que tenho necessidade de verificar é que, por muito radical que seja o mal, não é tão profundo como a bondade. E se a religião, as religiões, têm um sentido, é precisamente o de libertar o fundo de bondade dos homens, de o procurar onde ele está completamente escondido.
Nós andamos sobrecarregados pelos discursos, pelas polémicas, pelo assalto do virtual; hoje há como que uma zona opaca e existe esta certeza profunda a libertar, a resgatar; a bondade é mais profunda que o mal mais profundo. Não basta sentir isto. É preciso dar-lhe uma linguagem. Para mim, a liturgia não é simplesmente uma acção. É um pensamento. Na liturgia encontra-se uma teologia escondida, discreta, que se resume nesta ideia: “A lei da oração é a lei da fé”.
Pertencemos à civilização que efectivamente matou Deus, isto é, que fez prevalecer o absurdo e o sem-sentido sobre o sentido. Eu penso que há nisso um protesto profundo. O protesto situa-se ainda no pólo negativo: diz não ao não. O movimento do protesto para a atestação passa pela oração. Esta manhã os cânticos, as orações tinham a forma do vocativo: “Oh” no exortativo e na aclamação. Penso que aclamar a bondade é o hino fundamental.
Gosto muito da palavra felicidade. Saúdo-a como um reconhecimento nos três sentidos da palavra: reconheço-a como sendo minha, aprovo-a no outro e tenho gratidão por aquilo que dela conheci, essas pequenas felicidades, entre as quais as da memória para me curar das grandes desgraças do esquecimento. (Paul Ricoeur)
Nós andamos sobrecarregados pelos discursos, pelas polémicas, pelo assalto do virtual; hoje há como que uma zona opaca e existe esta certeza profunda a libertar, a resgatar; a bondade é mais profunda que o mal mais profundo. Não basta sentir isto. É preciso dar-lhe uma linguagem. Para mim, a liturgia não é simplesmente uma acção. É um pensamento. Na liturgia encontra-se uma teologia escondida, discreta, que se resume nesta ideia: “A lei da oração é a lei da fé”.
Pertencemos à civilização que efectivamente matou Deus, isto é, que fez prevalecer o absurdo e o sem-sentido sobre o sentido. Eu penso que há nisso um protesto profundo. O protesto situa-se ainda no pólo negativo: diz não ao não. O movimento do protesto para a atestação passa pela oração. Esta manhã os cânticos, as orações tinham a forma do vocativo: “Oh” no exortativo e na aclamação. Penso que aclamar a bondade é o hino fundamental.
Gosto muito da palavra felicidade. Saúdo-a como um reconhecimento nos três sentidos da palavra: reconheço-a como sendo minha, aprovo-a no outro e tenho gratidão por aquilo que dela conheci, essas pequenas felicidades, entre as quais as da memória para me curar das grandes desgraças do esquecimento. (Paul Ricoeur)
Subscrever:
Mensagens (Atom)